Recorrente no plenário da Assembleia Legislativa, o desastre geológico provocado pela mineração da Braskem, em cinco bairros de Maceió, e os prejuízos causados ao Estado voltou a ser alvo de discussão durante a sessão ordinária desta quarta-feira (07). O assunto foi abordado pelo deputado Inácio Loiola (PDT), que cobrou uma solução para o problema. Para o parlamentar, o caso corre o risco de cair no esquecimento, diante da atual crise sanitária provocada pela pandemia do coronavírus (Covid-19). “Muitas indagações, muito alarde, problemas parcialmente resolvidos, no entanto, o dano causado pela exploração do sal-gema, no subsolo de Maceió, pela Braskem continua desconhecido e provocando inúmeros questionamentos”, observou Loiola, acrescentando que depois da pandemia, esse será o maior problema enfrentado pelos alagoanos.
Ele destaca que os moradores e empresários da região atingida pela mineração, apesar de passados mais de três anos do problema, sequer têm conhecimento do quanto serão indenizados pela perda de seus imóveis e negócios. “Que, conforme os últimos relatos, não acompanham a velocidade de preços nos demais bairros de Maceió, cujo valor disparou motivado pela alta demanda, face às fissuras e afundamento do solo no bairro do Pinheiro e adjacências”, disse. Ainda de acordo com o parlamentar, se a situação para os moradores já é muito complicada, para os empresários o problema é ainda maior. “A maioria (dos empresários) recebeu apenas R$ 10 mil como compensação e não conseguiu reabrir e restabelecer seu negócio. O que dizer de milhares de empregos dizimados, sem contar os que viviam da economia informal daquela região?”, questiona Inácio Loiola, avaliando que, mesmo a Braskem ressarcindo os moradores, através da compensação e indenização dos imóveis, a situação continua indefinida. “Por causa da ausência da sociedade civil organizada, envolvendo todos os Poderes constituídos, especialmente a Prefeitura, que não cobra da empresa e da CPRM o mapa de abrangência das cavernas no subsolo de Maceió”, cobrou o parlamentar.
Com isso, prossegue o deputado Inácio Loiola, os moradores estão temerosos e angustiados com a desvalorização de seus patrimônios, após a divulgação de matéria jornalística dando conta de que as seguradoras se recusam a fazer apólices dos imóveis financiados pela Caixa Econômica Federal, por falta de área de segurança. “Aí surge a grande indagação: será que as seguradoras sabem algo que a população de Maceió desconhece?”, indagou o parlamentar, demonstrando preocupação com os prejuízos que podem advir da falta de informações concretas ao mercado imobiliário e os impactos econômicos e sociais negativos, sobretudo na parte alta da capital.