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13/11/2021 às 07h53min - Atualizada em 13/11/2021 às 07h53min

A BIOGRAFIA DA VIDA E DA TRAJETÓRIA DE LUTA DE FERNANDO BEZERRA DE MOURA. O POPULAR FERNANDO MARCHANTE

Por Redação - Ernande Bezerra de Moura



Fernando Bezerra de Moura, também conhecido pelo pseudônimo de Fernando Marchante, nasceu no município de São Miguel dos Campos, estado de Alagoas, no dia 13 de setembro de 1931, filho de Amabilio Bezerra de Moura e de dona Maria Joana da Conceição.


O pai era fogueteiro, trabalhava com munição e explosivo. Já a mãe, trabalhava como empregada doméstica no âmbito de uma residência.


Fernando Bezerra de Moura era descendente de Felipa de Moura, uma das povoadoras de São Miguel dos Campos, no século XVII.


Ele começou a trabalhar com doze anos de idade ajudando seu pai na produção de fogos de artifícios. Nesta época seus pais moravam na Rua da Olaria.


Aos quinze anos de idade, ele começa a trabalhar para o seu irmão mais velho, Zé Bispo como magarefe. E aos dezessete anos começa a sua trajetória de marchante, trabalhando para si mesmo. 


Nunca teve uma oportunidade de frequentar uma sala de aula, pois naquele tempo as escolas eram particulares e seus pais não tinham condições de pagar. 


Apesar de analfabeto, Fernando tinha uma visão profunda na escola da vida, aprendeu a negociar e a fazer conta de cabeça. Os fazendeiros ficavam admirandos com a sua inteligência, pois o mesmo conseguia em pouco tempo calcular a quantidade de arroba de um rebanho de gado.


Ele era casado com Olindina Pereira de Moura e desse laço matrimonial nasceram dezesseis filhos, sendo que seis morreram recém nascidos e dez estão vivos: Ernande, Edvaldo, Edmilson, Edvan, Edeildo, Edeilton, Djair, José Fernando, Hilda e Zilda Idalino de Moura.


Casado no auge da juventude, Fernando passava muita dificuldade para sustentar a família e teve que arranjar um complementar para ajudar nas despesas de casa.


Ele exercia a função de marchante, sábado,  domingo e na segunda no antigo Mercado Público Municipal e o restante da semana prestava serviços para a prefeitura municipal, carregado água das bicas: Do Pitu e da Bica Grande (Bica da Rua da Bica), através de um jumento de carga. 


Às águas eram transportadas em latas de gás para as residências, hotéis e órgãos públicos do município. Isto aconteceu no governo de José de Medeiros Apratto em 1948. Fernando trabalhou na prefeitura até a gestão do prefeito Pedro Fernandes da Costa.


Fernando era um rapaz simples e humilde, bastante respeitado na cidade, tanto pelos ricos como pelos pobres. A sociedade miguelense tinha uma grande apreço e admiração pela sua pessoa.

 

Na década de setenta o seu comércio fracassou, por motivo da crise que rolava em todo o planeta. Porém Fernando não se abalou, mesmo passando dificuldade, ele sempre conseguia arranjar o pão de cada dia.


Um certo dia, o empresário Nivaldo Jatobá estava vendendo seus gados para os marchates da cidade e sentiu falta de Fernando e perguntou a um dos marchantes. Cadê o Fernando? E o mesmo lhe respondeu? Com gozação de riso. Ele está quebrando!


Imediatamente Nivaldo Jotabá peqou a sua caminhonete e foi até a residência de Fernando e o levou para sua fazenda e lhe vendeu trinta e três bois. E ainda lhe disse mais, tá vendo aquele cercado lá perto do morro e seu, até quando matar último boi.


Toda terça-feira ele levava o apurado e prestava conta com o empresário, nesta época ele matava quatro boi por semana. 


Um determinado dia, Nivaldo mandou lhe chamar até o seu estabelecimento e perguntou, quantos bois ainda tinha no cercado. E Fernando lhe respondeu? Sete! Este é seu lucro, o dinheiro que você trouxe já está passando.


Em seguida o empresário aproximou-se de um dos veículos da loja e falou, Fernando vamos trocar os sete bois nesta caminhonete? E Fernando lhe respondeu? não seu Nivaldo, meu sonho e de comprar um terreno e de construir uma vila de casa para os meus filhos como também uma vacaria para a acomodar os meus animais.


De repente Nivaldo Jatobá mandou que Fernando procurasse seu Zele Ferro, pois o mesmo tinha um terreno para vender. E assim ele fez, procurou o pecuarista e fechou o negócio.


E no decorrer dos anos, Fernando realizou o seu maior sonho. Ele construiu a vila e batizou de "Vila de Nossa Senhora do Ó" e deu a cada filho uma casa de morada. Além de construir também a sua vacaria.


Fernando era um amante da cultura miguelense, dançou Guerreiro, Quilombo e foi o primeiro rei da Taieira sobre o comando da folclorista Nair da Albertina.


Ele também era um grande desportista, participava de Vaquejada, Cavalhada e Corrida de Mourão. Mas a sua maior paixão era por futebol. Ele amava o futebol da sua terra, principalmente o 29 de Setembro, o Centenário e o Miguelense. O Centro Sportivo Alagoano - CSA era o time do seu coração. Por sinal, ele foi enterrado com o manto do azulão.


Fernando deixou um grande legado de conhecimento e de amor para seus familiares. Um homem que se preocupava com o futuro e bem estar dos filhos. Um patriota, que amava seus amigos e a sua terra natal.


Fernando faleceu no dia 07 de novembro de 2021, na cidade de Maceió.

Seu corpo está sepultado no Cemitério de Nossa Senhora da Consolação, na cidade de São Miguel dos Campos.


( Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura )


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