“Basta já. O povo de Maceió não aguenta mais”. A frase é do coordenador do Gabinete de Gestão Integrada para a Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros, Ronnie Mota, durante a audiência pública realizada na tarde desta segunda-feira (12), na Assembleia Legislativa. A audiência tratou, dentre outros pontos, da questão do Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas (Cepa), localizado na Avenida Fernandes Lima, que já teve duas escolas realocadas e têm outros sete equipamentos selados pela Braskem, apontada pelo Serviço Geológico Nacional como causadora do problema.
“Já são 55 mil pessoas que foram obrigadas a deixar os bairros, mas esse problema não é um fato isolado dos bairros afetados. Temos que tratar Maceió como um todo, afinal de contas os problemas gerados são em toda cidade. É mobilidade urbana, é educação, é saúde. São várias áreas de Maceió afetadas pelo problema e pela migração de pessoas que ela causou”, afirmou Mota. “O povo de Maceió não aguenta mais. JHC gosta de andar pela cidade, e em todos os locais que vai o povo pergunta: ‘e a Braskem?’. Nós estamos tratando, segundo me disse o coordenador da Defesa Civil Nacional, do maior dano geológico em área urbana do mundo”.
A audiência pública foi solicitada pelas comissões de Educação e de Meio Ambiente, junto com a Comissão Especial do Pinheiro, Mutange e Bebedouro.
“Nós fomos informados que há pais que levam mais de duas horas para ir e outras duas horas para voltar do trabalho, se tiverem que deixar os filhos nas escolas. Isso estimula a evasão pela falta de logística”, disse a deputada.
Os deputados cobraram ainda a contratação de uma empresa com expertise para fazer um diagnóstico da evasão escolar nas redes públicas municipal e estadual. “Nós gostaríamos de deixar claro aqui que o Legislativo Estadual quer uma agenda periódica com os secretários da Educação de Maceió e do Estado para que possamos repensar a rede pública e minimizar os problemas já causados”, concluiu.oto: Itawi Albuquerque/Secom Maceió
Além dos deputados e do representante do Município, o Ministério Público Federal, Secretaria de Educação do Estado de Alagoas, Defensoria Pública da União e técnicos e advogados da Braskem participaram da audiência.