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13/04/2021 às 00h26min - Atualizada em 13/04/2021 às 00h26min

GGI dos Bairros discute situação do Cepa em audiência na ALE.

Erik Maia/Secom Maceió.
tawi Albuquerque/Secom Maceió.

“Basta já. O povo de Maceió não aguenta mais”. A frase é do coordenador do Gabinete de Gestão Integrada para a Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros, Ronnie Mota, durante a audiência pública realizada na tarde desta segunda-feira (12), na Assembleia Legislativa. A audiência tratou, dentre outros pontos, da questão do Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas (Cepa), localizado na Avenida Fernandes Lima, que já teve duas escolas realocadas e têm outros sete equipamentos selados pela Braskem, apontada pelo Serviço Geológico Nacional como causadora do problema.

“Já são 55 mil pessoas que foram obrigadas a deixar os bairros, mas esse problema não é um fato isolado dos bairros afetados. Temos que tratar Maceió como um todo, afinal de contas os problemas gerados são em toda cidade. É mobilidade urbana, é educação, é saúde. São várias áreas de Maceió afetadas pelo problema e pela migração de pessoas que ela causou”, afirmou Mota. “O povo de Maceió não aguenta mais. JHC gosta de andar pela cidade, e em todos os locais que vai o povo pergunta: ‘e a Braskem?’. Nós estamos tratando, segundo me disse o coordenador da Defesa Civil Nacional, do maior dano geológico em área urbana do mundo”.

A audiência pública foi solicitada pelas comissões de Educação e de Meio Ambiente, junto com a Comissão Especial do Pinheiro, Mutange e Bebedouro.

 
 
Para a presidente da Comissão de Educação, deputada Jó Pereira (MDB), é preciso aproveitar esse momento para planejar e repensar o modelo de educação pública, municipal e estadual para o futuro. Ela destacou que há relatos de pais que não conseguem manter os filhos nas escolas pelo tempo de deslocamento que é necessário para deixá-los na aula e seguir para o trabalho.

“Nós fomos informados que há pais que levam mais de duas horas para ir e outras duas horas para voltar do trabalho, se tiverem que deixar os filhos nas escolas. Isso estimula a evasão pela falta de logística”, disse a deputada.

 
 
Já o presidente da Comissão de Meio Ambiente do Legislativo Estadual, deputado Davi Maia, esclareceu, com a concordância dos demais deputados, que a intenção da Assembleia não é cobrar a construção de um novo Cepa. “Acho que isso ficou bem claro, não queremos repetir esse modelo que fez bastante sucesso há 30 anos atrás, queremos fazer algo que funcione hoje. Queremos levar novas escolas, 10, 20 quantas forem necessárias para onde a população estiver”, pontuou Maia.
 
 
Para o deputado Cabo Bebeto, presidente da Comissão Especial do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, é necessária uma maior visibilidade das ações da Braskem referente ao caso. “Os equipamentos são instalados e não há uma comunicação, não há uma informação clara. Ainda botam uns tapumes que impedem de ver o que está acontecendo dentro, o que faz com que a população só pense que a empresa voltou a minerar, e com toda a razão. Por que não há clareza nessas ações?” indagou.

Os deputados cobraram ainda a contratação de uma empresa com expertise para fazer um diagnóstico da evasão escolar nas redes públicas municipal e estadual. “Nós gostaríamos de deixar claro aqui que o Legislativo Estadual quer uma agenda periódica com os secretários da Educação de Maceió e do Estado para que possamos repensar a rede pública e minimizar os problemas já causados”, concluiu.oto: Itawi Albuquerque/Secom Maceió

Além dos deputados e do representante do Município, o Ministério Público Federal, Secretaria de Educação do Estado de Alagoas, Defensoria Pública da União e técnicos e advogados da Braskem participaram da audiência.


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