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01/03/2022 às 13h06min - Atualizada em 01/03/2022 às 13h06min

A população da Ucrânia organiza resistência contra o invasor russo

A sociedade está se preparando para a ofensiva de Moscou. Alguns se alistam nas forças de defesa, outros fazem 'coquetéis Molotov' ou preparam comida para soldados

Por Redação - MARÍA R. SAHUQUILLO
Uma mulher prepara um 'coquetel Molotov' em uma praça no centro de Dnipro, nesta segunda-feira. MARÍA R. SAHUQUILLO

Semyon joga várias rodas de plástico pelas costas e as empilha às portas de um edifício da Administração de Dnipró, a quarta cidade mais populosa da Ucrânia, às margens do rio Dniepre. A propriedade é cercada por sacos de areia e a entrada está quase bloqueada por uma armadilha antitanque. A poucos metros de distância, na Praça dos Heróis, no gramado, dezenas de pessoas enchem garrafas de vidro e cortam mechas caseiras para preparar coquetéis Molotov. À beira do rio, um restaurante prepara macarrão e queijo para soldados ucranianos e milícias cidadãs. A Dnipro está se preparando para a chegada das tropas enviadas pelo presidente russo Vladimir Putin. E ela faz isso com tudo o que tem: um contador que empunha uma arma nas forças de defesa territorial, um engenheiro que se tornou motorista para transportar suprimentos, uma rede de doação de sangue, outro que prepara alimentos, voluntários que constroem barricadas.


A cidade, de um milhão de habitantes, no centro do país, um centro estratégico de comunicações e que a Rússia tenta cercar para impedir a passagem de suprimentos enviados pelos aliados da Polônia e das tropas ucranianas para o sul e para Kiev, está se preparando para a guerra total. A imagem é repetida em todo o país. A Ucrânia, o maior país da Europa, onde vivem 44 milhões de pessoas, tece redes de resistência ativa, que se mostraram essenciais para enfrentar o ataque russo quando as tropas de Putin avançam em sua ofensiva e os ataques aumentam. Imagens de civis enfrentando tanques russos ou tentando impedir que a passagem de tropas para suas cidades se multiplique.


O presidente ucraniano Volodymir Zelensky, cuja popularidade disparou desde a invasão, pediu à população que ajudasse a conter a ofensiva com qualquer meio em suas mãos. Dnipro é uma cidade focada nisso. "No quinto dia da guerra russa em larga escala contra o povo da Ucrânia, permanecemos firmes", disse Zelenski na segunda-feira. "Cada crime que os ocupantes cometem contra nós nos aproxima cada vez mais. A Rússia nunca imaginou que enfrentaria tanta solidariedade", ressaltou ele.


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