O engenho São Miguel, depois engenho Sinimbu, foi uns dos primeiros engenhos a se instalar no vale do rio São Miguel. Suas terras eram bastante fértil e bem produtivas.
O engenho foi alavancado na margens esquerda do rio, logo após a divisão das sesmarias, em 1612. O engenho recebeu o nome de São Miguel, em homenagem ao curso fluvial. O engenho pertencia ao lavrador português Antônio Barbalho Feio.
Em 1633, o engenho São Miguel foi adquirido pelo comerciante holandês Marten Meyendersen. Segundo a historiografia de Alagoas, Antônio Barbalho Frio o vendeu, quando se deu o célebre êxodo guiado pelo governador da província de Pernambuco, Matias de Albuquerque. De acordo com a história, Antônio Barbalho Feio teria ido para a Bahia.
Quando Marten Meyendersen o comprou, o engenho estava deserto, não moia, pouca coisa estava de pé, a não ser a casa de purgar e as caldeiras da moenda. O nobre comerciante holandês teve que restaurar toda a estrutura do complexo industrial do engenho, inclusive a senzala e a casa grande.
Infelizmente, não há registro dos nomes dos outros proprietários do engenho e, de quem Lourenço Bezerra da Rocha, marido de Ana Lins, comprou o engenho. O que se sabe é que Ana Lins, chegou as terras de São Miguel, por volta de 1789, viúva e acompanhada de duas filhas, Mariana e Antônia Arnalda.
Assim que tomou posse do engenho, Ana Lins teve que recuperar todos os equipamentos do complexo industrial, por sinal, o engenho recebeu um novo nome, "engenho Sinimbu". Sinimbu é uma palavra de origem indígena, na língua tupi - guarani quer dizer, Calango Verde. Calango Verde é um réptil, conhecido também como Papa Vento.
Anos depois, Ana Lins casa com o comerciante de gado, Manuel Vieira Dantas, oriundo de Penedo, também viúvo e pai de uma filha, por nome de Alzira. Ana Lins teve com ele seis filhos: Ana Luíza, Francisca, Francisco, Manuel, Ignácio e João Lins.
O engenho Sinimbu era considerado uns dos mais importantes engenhos de açúcar de Alagoas, pelo fato dele ter sido o palco aqui em Alagoas, da Revolução Pernambucana em 1817 e da Confederação do Equador em 1824.
Quando Ana Lins faleceu em 1839, o engenho Sinimbu passou a ser administrado pelo seu filho, Francisco Frederico da Rocha Vieira. E quando este faleceu, o engenho passou s pertencer ao seu filho, Epaminondas da Rocha Vieira, o "Barão de São Miguel".
Com a morte do barão em 1897, a baronesa Antônia Leopoldina da Rocha Vieira, em 1912, vendeu o engenho para os irmãos: João e José César Teixeira.
No decorrer dos anos, os irmãos João e José César Teixeira negociou o engenho para um grupo de acionistas, que criaram em 1942, a Companhia de Melhoramento do Vale do Rio São Miguel. A sua fundação teve como objetivo de atender aos proprietários dos antigos engenhos, facilitando o escoamento da cana de açúcar da suas fazendas.
A idéia dos plantadores de cana era de criar uma sociedade alternativa em forma de cooperativismo e, em 1943, deram início a fundação de uma usina de açúcar e de álcool.
Em 1946, a usina começou a funcionar, com a denominação de usina Caeté, em homenagem aos ancestrais da terra, os índios. A usina Caeté foi a primeira fábrica de açúcar, pelo sistema de cooperativismo, inaugurada no só no Brasil, mas em toda a América do Sul.
Em 1961, a usina foi comprada pelo empreendedor José Cabral Toledo, conhecido também pelo pseudônimo de Zeca Toledo, proprietário da fazenda Bananeira. Ele ao lado dos filhos, administrou a indústria até 1965, quando foi vendida para o grupo Carlos Lyra.
(Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura)