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23/05/2022 às 15h25min - Atualizada em 23/05/2022 às 15h25min

A TRAJETÓRIA DO ENGENHO SÃO MIGUEL, DEPOIS SININBU, ATUAL USINA CAETÉS

Por Redação - Ernande Bezerra de Moura



     O engenho São Miguel, depois engenho Sinimbu, foi uns dos primeiros engenhos a se instalar no vale do rio São Miguel. Suas terras eram bastante fértil e bem produtivas.

     O engenho foi alavancado na  margens esquerda do rio, logo após a divisão das sesmarias, em 1612. O engenho recebeu o nome de São Miguel, em homenagem ao curso fluvial. O engenho pertencia ao lavrador português Antônio Barbalho Feio.

     Em 1633, o engenho São Miguel foi adquirido pelo comerciante holandês Marten Meyendersen. Segundo a historiografia de Alagoas, Antônio Barbalho Frio o vendeu, quando se deu o célebre êxodo guiado pelo governador da província de Pernambuco, Matias de Albuquerque. De acordo com a história, Antônio Barbalho Feio teria ido para a Bahia.

     Quando Marten Meyendersen o comprou, o engenho estava deserto, não moia, pouca coisa estava de pé, a não ser a casa de purgar e as caldeiras da moenda. O nobre comerciante holandês teve que restaurar toda a estrutura do complexo industrial do engenho, inclusive a senzala e a casa grande.

     Infelizmente, não há registro dos  nomes dos outros proprietários do engenho e, de quem Lourenço Bezerra da Rocha, marido de Ana Lins, comprou o engenho. O que se sabe é que Ana Lins, chegou as terras de São Miguel, por volta de 1789, viúva e acompanhada de duas filhas, Mariana e Antônia Arnalda.

     Assim que tomou posse do engenho, Ana Lins teve que recuperar todos os equipamentos do complexo industrial, por sinal, o engenho recebeu um novo nome, "engenho Sinimbu". Sinimbu é uma palavra de origem indígena, na língua tupi - guarani quer dizer, Calango Verde. Calango Verde é um réptil, conhecido também como Papa Vento.

     Anos depois, Ana Lins casa com o comerciante de gado, Manuel Vieira Dantas, oriundo de Penedo, também viúvo e pai de uma filha, por nome de Alzira. Ana Lins teve com ele seis filhos: Ana Luíza, Francisca, Francisco, Manuel, Ignácio e João Lins.

     O engenho Sinimbu era considerado uns dos mais importantes engenhos de açúcar de Alagoas, pelo fato dele ter sido o palco aqui em Alagoas, da  Revolução Pernambucana em 1817 e da Confederação do Equador em 1824.

     Quando Ana Lins faleceu em 1839, o engenho Sinimbu passou a ser administrado pelo seu filho, Francisco Frederico da Rocha Vieira. E quando este faleceu, o engenho passou s pertencer ao seu filho, Epaminondas da Rocha Vieira, o "Barão de São Miguel". 

     Com a morte do barão em 1897, a baronesa Antônia Leopoldina da Rocha Vieira, em 1912, vendeu o engenho para os irmãos: João e José César Teixeira.

      No decorrer dos anos, os irmãos João e José César Teixeira negociou o engenho para um grupo de acionistas, que criaram em 1942, a Companhia de Melhoramento do Vale do Rio São Miguel. A sua fundação teve como objetivo de atender aos proprietários dos antigos engenhos, facilitando o escoamento da cana de açúcar da suas fazendas. 

     A idéia dos plantadores de cana era de criar uma sociedade alternativa em forma de cooperativismo e, em 1943,  deram início a fundação de uma usina de açúcar e de álcool.

     Em 1946, a usina começou a funcionar, com a denominação de usina Caeté, em homenagem aos ancestrais da terra, os índios. A usina Caeté foi a primeira fábrica de açúcar, pelo sistema de cooperativismo, inaugurada no só no Brasil, mas em toda a América do Sul. 

     Em 1961, a usina foi comprada pelo empreendedor José Cabral Toledo, conhecido também pelo pseudônimo de Zeca Toledo, proprietário da fazenda Bananeira. Ele ao lado dos filhos, administrou a indústria até 1965, quando foi vendida para o grupo Carlos Lyra.


(Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura)


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