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O TRADICIONAL CABARÉ DA CIDADE DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS - AL.

Ernande Bezerra de Moura
01/05/2021 08h47 - Atualizado em 01/05/2021 às 08h47


Não podemos afirmar qual foi a data exalta que teve início a zona meletrício, gandaia ou cabaré do município de São Miguel dos Campos.

O que se sabe é que o cabaré tornou-se numa grande fonte de investimento, tanto para os proprietários dos estabelecimentos como para o comércio local. 

Os proprietários traziam àquelas lindas mulheres, a maioria vinham das cidades de Palmares - Pernambuco e de Flexeiras - Alagoas como também das cidades circunvizinhas.

O cabaré era dividido em três acessos: Oiteiro da Frente, Oiteiro do Meio e Oiteiro de Trás.

A rua que dá acesso ao Oiteiro de Trás, existia um lugar de abate de animais bovinos, suínos e caprinos, denominado de Matadouro.

Antigamente o cabaré era um lugar muito tranquilo, onde todo mundo se conhecia, ele era frequentado pela alta sociedade miguelense como também pelos jovens da cidade.

No centro do cabaré existiam três mercearias: A mercearia do Zé do Oscar, a mercearia do Antônio Gabriel e a mercearia do seu Domingos.

O cabaré era enfestado de pequenos compartimentos, lugares onde as mulheres realizavam as suas atividades amorosas com os seus clientes, e na frente destes compartimentos, ficavam os bares tradicionais, tais como: O bar do Duval Lulu, o bar do Jóia, o bar da Maria Zalu, o bar da Iza, o bar do Antônio da Tieta, o bar da Marlene, o bar do Antônio Cochilar, o bar da dona Idir e tantos outros.

O mais bonito era quando acabava a sessão do Cine Fox, a rapaziada em grupo invadiam o cabaré, uns íam para beber e outros a procura da sua cara metade.

O que mais chama atenção nesta localidade e a Bica do Pitu, lugar onde as pessoas tomam   banhos e lavam suas roupas na lavanderia agregada a este compartimento.

Outro lugar apreciado pela sociedade miguelense era o quiosque do seu Daniel, exatamente onde hoje está erguida a praça. Além da deliciosa raíz de pau e do caldo de cana, havia também um jogo de baralho. O ambiente era frequentado por pessoas abastadas da cidade.

Também reza a história que neste local existiu a lenda do "Menino do Caju", até pouco tempo havia um cruzeiro e uma pequenina capela, onde retratavam o local onde o menino foi assassinado.

Nos longos dos anos, o cabaré foi perdendo a sua indentidade.

Ainda existe algumas famílias de respeito morando nesta localidade, mas, infelizmente a Rua André Bastos é considerada muito violenta.

Acredito que está reforma irá contribuir para a melhoria dos que ali habitam, pois o formoso cabaré estava completente esquecido, tanto pelos gestores municipais como também pela sociedade miguelense.

* André Bastos era pai da Professora Noêmia Bastos.



( Texto de Ernande Bezerra de Moura )
* Membro Efetivo da Academia de Letras Artes e Pesquisa de Alagoas - ALAPA e Presidente da Academia Miguelense de Letras e Artes - AMILA.
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