O emprego no setor industrial de Alagoas encerrou o ano de 2023 com um crescimento de 5,04%, na comparação com o ano anterior, segundo dados do novo Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O levantamento mostra que em 2023 foram criadas 3.982 vagas com carteira assinada na indústria. O saldo é a diferença entre as 35.847 contratações e dos 31.865 desligamentos no período.
Segundo o Caged, o volume de empregos gerados na indústria corresponde a 17% das 23.291 vagas com carteira assinada criadas no estado no ano passado. Por segmento, o setor de fabricação de produtos alimentícios registrou a maior alta na geração de empregos formais, com a abertura de 2.495 vagas. Atualmente, o setor conta com um estoque de 51.289 postos com carteira assinada.
Para a secretária de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Maria Alice Beltrão, O crescimento do emprego industrial é resultado do forte trabalho que o Estado vem realizando em várias frentes, como os incentivos fiscais e locacionais, investimentos em infraestrutura, com a duplicação das rodovias, por exemplo, além de segurança e educação.
Em dezembro do ano passado, o Conselho Estadual do Desenvolvimento Econômico e Social (Conedes) da Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics) aprovou incentivos fiscais para nove empresas, por meio do Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado (Prodesin). Juntos, os empreendimentos injetam R$ 29,8 milhões na economia alagoana.
Criado pela Lei Estadual nº 5.671, de 1º de fevereiro de 1995, o Prodesin tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico do estado, atraindo novos investimentos e estimulando a expansão de empresas já instaladas e, consequentemente, gerando novos postos de trabalho.
Em 2016, o programa se modernizou e passou a oferecer redução de 92% no pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na saída dos produtos industrializados. Ganharam também diferimento do ICMS os bens destinados ao ativo fixo, a matéria-prima utilizada na fabricação de produtos e na aquisição interna de energia elétrica e gás natural.
“O aumento representou um maior dinamismo dos setores com maior representatividade na indústria e adere à projeção de crescimento do PIB no estado de Alagoas com quase 7% de crescimento em 2023, o maior entre os estados nordestinos, segundo estimativa do Banco do Nordeste”, diz o documento.
Na análise setorial, os gêneros industriais que apresentaram os acréscimos significativos de vendas em outubro foram as indústrias da Construção Civil (3,34%), com recuperação das vendas após queda de -17,06% em setembro; de Produtos de Matérias Plásticas e Borrachas com (0,84%); de Sucroenergético (66,94%); e Química (15,04%) em decorrência da formação de estoques do mês anterior. O único decréscimo foi verificado em Papel, Papelão e Celulose, com -11,61%, por conta da redução de demanda e cancelamentos de pedidos.
INVESTIMENTOS
O cenário favorável criado pelo Estado é traduzido no volume de recursos movimentados pelas empresas em Alagoas. Levantamento divulgado na quinta-feira (15), pelo Banco do Nordeste, revela que o setor produtivo local contratou R$ 3,713 bilhões em crédito no ano passado. O montante - fruto das 167.460 operações de crédito - representa incremento de 134% em relação ao que foi financiado em 2022.
Segundo o banco, do total, R$ 3,18 bilhões foram contratados com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), crédito de investimento de longo prazo operacionalizado pelo BNB na região. O valor é quase três vezes o financiado em 2022, com a mesma fonte, em Alagoas.