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Cinemas e teatros voltam a fechar e restrições no horário do comércio são retomadas em novo decreto

Por Redação - Vanessa Alencar e Gabriela Flores
27/05/2021 15h17 - Atualizado em 27/05/2021 às 15h17

O toque de recolher entre 21h e 5h da manhã voltará a vigorar em Alagoas a partir desta sexta-feira (28). Também será vedado o acesso a praias, marinas, rios e lagos, inclusive calçadões, nos finais de semana e feriados. Cinemas, teatros e museus voltam a fechar as portas. Essas são algumas das restrições dentro do novo Decreto de Distanciamento Social Controlado anunciado na tarde desta quinta-feira (27), pelo governador Renan Filho.

Na tentativa de evitar o colapso da rede hospitalar de atendimento a pacientes com Covid-19, principalmente em relação aos leitos de UTI, o governador decidiu pela adoção de medidas mais restritivas. O novo decreto irá vigorar a partir desta sexta-feira (28) até o dia 10 de junho.

Lojas localizadas nos bairros centrais, em galerias e similares funcionarão das de 9h a 19h, de terça a sexta. Shoppings funcionarão das 11 às 20h, sendo fechados sábados, domingos, terças e feriados. Bares e restaurantes, das 5h às 20h, de segunda a sexta e nos demais dias, apenas por serviços de entrega e pague e leve. 

“Decidimos que nessa primeira semana o funcionamento desses estabelecimentos será até as 20h, entretanto esse segmento será acompanhado, principalmente as denúncias, com fortalecimento da força policial. As denúncias feitas serão fiscalizadas e quem descumprir o decreto será impedido de funcionar”, pontuou o governador.

O anúncio acontece dois dias depois de Renan Filho informar, na noite de terça-feira desta semana que, pelos próximos sete dias não haveria mudanças no decreto, que foi renovado sem alterações. Na mesma coletiva à imprensa, no entanto, ele alertou sobre a possibilidade de adotar restrições mais fortes. 

O Boletim Epidemiológico da Secretária do Estado da Saúde (Sesau) de ontem (26), aponta que o estado está com 92% dos leitos de UTI/Covid ocupados, ou seja, dos 387, 356 estão com pacientes.

Renan Filho explicou que cada vez pessoas mais jovens têm sido contaminadas e muitas desenvolvem a forma leve da Covid-19, mas quando o mais jovem desenvolve a 

forma mais grave ele vai ao hospital e tende a ficar muito mais dias, para se recuperar ou mesmo quando morre, disse, citando o recente falecimento de uma jovem de 17 anos, sem comorbidades, em Alagoas. 

“Estamos vivendo momento diferente do que vivemos no passado. Hoje há muita gente passando até 30 dias em leitos de UTI e estamos chegando a 400 leitos exclusivos de UTI e 90% desses leitos estão ocupados, por isso teremos que tomar novas medidas de distanciamento social”, destacou o gestor.

“O Brasil se coloca muito próximo de uma nova onda e se ela não for contida perderemos muitas vidas. As pessoas só compreendem quando essa situação chega até sua família. O estado tem que cumprir seu papel e assim como flexibilizamos, agora nós fomos obrigados a novas restrições. Isso não é motivo de satisfação, mas infelizmente, pela dificuldade do governo federal em enviar as vacinas que os estados precisam e para conter os efeitos em nossa população, renovamos o decreto de medidas restritivas”, prosseguiu Renan Filho.

 

Impacto econômico

Já o secretário de estado da Saúde, Alexandre Ayres disse que este é um momento muito difícil em que temos que tomar medidas para conter o crescimento da circulação do vírus da Covid-19 em Alagoas: "Temos trabalhado de maneira transparente e com coerência, mas se o cidadão não entender seu papel no enfrentamento cada vez essa batalha fica mais difícil, essa responsabilidade não pode ser colocada só nas costas do poder público".

“Sabemos que essas decisões atrapalham o crescimento econômico, mas temos uma responsabilidade com as vidas em Alagoas. A ciência mostra a necessidade de conter essas aglomerações”, reforçou Ayres, lembrando que quem está vacinado não pode usar isso como salvo conduto, pois essas pessoas, além de transmitir a doença, podem se infectar também.

Hugo Wanderley, presidente da Associação dos Muncípios Alagoanos (AMA) acrescentou que apoia as medidas do governo do estado e comentou a parceria entre os municípios e estados no combate à pandemia. "Diante do número de mortes não havia outra decisão, sabemos do impacto econômico, porém precisamos da cooperação de todos para sair deste grande pesadel. Infelizmente há irregularidade na chegada de vacinas e é necessário que se garanta a segunda dose e garantir a imunidade adequada às pessoas", afirmou Wanderley.

 


 


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