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09/06/2021 às 14h51min - Atualizada em 09/06/2021 às 14h51min

'Nem só de Amélia vivia!

Por Redação - Rafael Peretta
Quando falamos dos primeiros sambas, lá pelos idos 1910/20/30 ou 40,
imediatamente nos vem à mente, composições de pouco protagonismo feminino
e várias referências a malandragem e a jogatina…
contudo, nesse mesmo período vai surgir um compositor que de modo cronista, romântico
e contestador irá se diferenciar dos demais!


Nascido em Vila de Rodeio (atual Engenheiro Paulo de Frontin), o compositor-cantor Herivelto Martins (1912 – 1992)
em plena década de 1930, à sua maneira, já desenvolvia um “eu lirico” feminino em canções como
“Meu rádio, Meu Mulato” (gravada por Carmen Miranda), “Caroá” (gravada por Rosina Pagã), “Mania de Malandro” (gravada por Aurora Miranda),
e “Opinião de Mulher” (Aracy de Almeida). Em ambas as composições notam-se verso a verso,
a retirada da mulher da condição de “Amélia”, “Emília” ou “Elza”, e de maneira poética as inserem como
personagens protagonistas, dando-lhes voz, vez e coragem. Observa-se também na obra do compositor fluminense
a ausência de uma sistemática apologia a violência feminina e ao “chapéu de palha, lenço no pescoço
e navalha no bolso” (indumentária do malandro eternizado na canção de Wilson Batista “Lenço Pescoço”),
cenas tão costumeiras nas letras de música desse período. Ou seja, nem só do habitual vivia-se!

Bora, conferir?
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