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12/01/2024 às 10h24min - Atualizada em 12/01/2024 às 10h24min

A saga de Jessica e o drama das creches em Maceió: prefeitura só atende 2,5% da demanda

A mãe que sonha com um futuro melhor para sua filha diz que se sente desrespeitada e prejudicada pela atitude da creche e da Semed

Blog do Edivaldo Junior
Secretaria de educação de Maceió - Foto: Reprodução

A falta de creches em Maceió é um drama para muitas famílias que precisam trabalhar e não têm com quem deixar seus filhos pequenos.

Um caso emblemático é o de Jessica Barbosa, que tem uma filha de 5 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e não consegue matriculá-la em uma creche municipal, mesmo com uma decisão judicial favorável.

Jessica mora no bairro do Jacintinho, que faz parte da Região Administrativa 5 (RA 5), onde a demanda por vagas em creches é muito maior do que a oferta. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), a RA 5 precisa de 8.542 vagas de creche e 4.531 vagas de pré-escola, mas só tem 220 vagas em creches e 673 na pré-escola, deixando milhares de crianças sem atendimento.

Jessica clama há meses e meses por ajuda. Clama por uma vaga. Clama para matricular a filha autista em uma creche pública de Maceió. O clamor foi ouvido pela Justiça. Mas a Justiça não foi ouvida pelo prefeitura de Maceió.

Mesmo com uma decisão judicial favorável, a Creche Rosane Collor e a Secretaria Municipal de Educação (Semed) negaram a vaga para Clara, a filha, alegando falta de espaço.

Como remédio, mandaram Jessica fazer a pre-matricula para novos alunos nas escolas públicas de Maceió (que está sendo realizada até o próximo dia 14), mas não há garantias de que ela será contemplada.

A mãe que sonha com um futuro melhor para sua filha diz que se sente desrespeitada e prejudicada pela atitude da creche e da Semed, que não deram nenhuma solução para o seu caso.

O drama vivido por Jessica e Clara é o mesmo de milhares de mães e filhas do Jacintinho. E de toda Maceió.

Falta responsabilidade

Estranhamente prefeitura de Maceió se recusa a receber uma Creche Cria do Governo do Estado, que foi construída no Jacintinho, mesmo bairro onde moram mãe e filha. Com investimentos de mais de R$ 4,5 milhões, o equipamento está pronto há um ano.

A Creche Cria, que pode atender 200 alunos, será inaugurada na próxima segunda-feira (15) e será a única do programa Cria administrada pela Secretaria de Educação do Estado.

O governo de Alagoas criticou a prefeitura de Maceió por não assumir a responsabilidade pela educação infantil no município.

Em uma nota, o governo afirmou que Maceió é o único município que não aceita gerir as creches construídas pelo Estado, deixando milhares de crianças sem atendimento.

Sem vagas

A situação da educação infantil em Maceió é preocupante. Segundo o Censo Escolar de 2022, a prefeitura de JHC (PL) oferecia apenas 3.581 vagas em creches, um aumento irrisório em relação às 3.099 vagas de 2020, na administração anterior.

O prefeito JHC prometeu construir 73 novas creches até o final de 2024, para cumprir a meta do Plano Municipal de Educação de atender pelo menos 50% da demanda por esse nível de ensino até 2025.

De acordo com a própria Semed, a demanda por creches na cidade de Maceió é de 46,5 mil vagas, enquanto a prefeitura oferce 3,5 mil vagas. Isso significa que existe demanda reprimida de 43 mil e que seriam necessárias a a abertura de mais de 21, mil novas vagas em apenas um ano.

Porém, a prefeitura adiou a licitação das 73 novas creches, que estava prevista para setembro de 2023, para fevereiro de 2024. Com isso, fica inviável a conclusão das obras até o fim deste ano.

Veja os números :



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