SEM O SÃO JOÃO MAIS UM ANO, A FESTA JUNINA É CADA UM NA SUA CASA

Foto: Emanuel Tadeu

As tradicionais festas juninas que arrastam multidões e injeta milhões na economia, pelo segundo ano consecutivo, foram canceladas em diversos lugares do Brasil. Por causa da pandemia de Covid-19, os eventos acontecem apenas no formato virtual. Com o cancelamento das comemorações, diversas cidades estão se movimentando para fazer suas apresentações e shows de forma virtual, para deixar as pessoas mais animadas já que ainda estamos vivendo um momento crítico na saúde.

De acordo com José Diniz, integrante da quadrilha junina Luar do Sertão, de Maceió, afirma que esse ano acontecerão muitas apresentações de forma virtual, lives de bandas, e até concurso.

“Esse ano vamos ter muitas programações online, diferente do ano passado, ano passado praticamente não teve nada, eram lives das bandas, quadrilhas, que os componentes gravavam pra dançar, mas pouco, reduzido. Esse ano, vários componentes estão gravando vídeo, estão se organizando para fazer figurino, pra fazer um vídeo mais elaborado com cenário, uma coisa mais organizada”, disse.

A Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas (Secult), está promovendo durante o mês de junho, uma diversidade de apresentações online e shows através das redes sociais. Segundo José Diniz, a Secult vai promover um concurso virtual de melhor casal de noivos, melhor rainha diversidade, melhor quadrilha, melhor casal de debutantes e serão apenas cinco casais e tempo reduzido de 20 minutos.

Enquanto muitos se organizam para realizar suas apresentações, dando seu melhor na melhor época do ano, outros participam de um projeto junino, promovido pelo estudante de jornalismo, Carlos Rodrigues, que publicará um vídeo no IGTV com a participação de várias pessoas de diversas regiões do Brasil declamando uma poesia criada por ele mesmo.

“É meu irmão, esse ano não vai ter São João. Que tristeza há em meu coração, não poder soltar um balão, comer quentão, pular fogueira, no calor do meu sertão. Que tristeza é para o nordestino, viver mais um ano, sem o tradicional festejo junino. Quadrilha não haverá, fogos também não, tudo isso para evitar aglomeração. Mais uma coisa é certa! A alegria do sertanejo vira festa, cada um na sua casa, milho e canjica na mesa, alegria vem, pode ter certeza. É chegado o mês de festejar, Santo Antônio, São João e São Pedro, esses santos que nos recordam com clareza, a boa comemoração, o forró pra dançar, o milho pra assar, a alegria de dançar. Tem também a pipoca pra estourar, e um balão pra soltar, mas não fica só nisso não. A alegria vem, a paz vem, para festejar e nos alegrar. O sertanejo pode acreditar, pode esperar, há sempre um bom motivo para comemorar. O mês de junho só tem coisa boa pra dar. Não há porque chorar! Não fique triste aí não, pegue seu quentão, seu munguzá, sua pipoca, sua canjica, e vamos juntos festejar, cada um na sua casa, pra essa doença logo passar. E quem sabe ainda esse ano , um bom forró vamos dançar! Vamos juntos festejar, nesse arraia virtuá, a alegria não faltará. Por isso vamos juntos nos alegrar”.

Diversas pessoas vivendo o isolamento social, e para amenizar os impactos gerados pela pandemia, é preciso buscar coisas boas que possam ajudar a mente a fugir um pouco da tragédia que o mundo ainda enfrenta. Muitas cidades do Estado de Alagoas estão sem os tradicionais festejos juninos, apenas comemorando virtualmente, por recomendações sanitárias e para evitar aglomerações e proliferação do vírus. O mês de junho é a saída para a animação, comidas típicas e brincadeiras, mas cada um na sua casa, com segurança, pra esse ano quem sabe, todos dançar um bom forró.